terça-feira, 17 de abril de 2012

TAG TEAMS COM HISTÓRIA- LA RESISTANCE

La Resistance


Numa altura em que se fala da criação de uma stable heel baseada em lutadores de 2ª geração, escolhi outra stable/tag team, também ela heel, mas composta por lutadores de origem francesa.
Uma das tradições mais antigas do wrestling americano é a elevação da nação americana. Para tal foram criadas personagens como o Hacksaw Jim Duggan e pay-per-views (ppv) como o Great American Bash. Paralelamente foram criadas as personagens anti-america. Desde os primórdios, em que Nikolai Volkoff entoava o hino soviético antes de cada combate, passando pelos tempos da Hart Foundation como stable de elevação do Canadá. Ora, os La Resistance eram um exemplo destes anti-heróis. A equipa foi inicialmente constituída por Sylvain Grenier e René Dupreé, dois franceses na ficção (na realidade eram da região canadiana do Quebec), que apareceram fazendo promos insultuosas para com os EUA, o que, logicamente, gerava grande heat na plateia.
Chegaram inclusive ao ponto de interromper Lilian Garcia, quando esta entoava o “America the Beautiful” em pleno Memorial Day.
Eram odiados pelo público, o que, no wrestling, é bom sinal. Assim, não foi de estranhar que, apenas um mês depois da estreia, tenham conseguido o primeiro título de campeão do mundo de Tag Team. Os derrotados foram Rob Van Dam e Kane.
A equipa estava lançada e, se estava com tanto sucesso, a WWE pensou que melhor ficaria com um terceiro elemento. O escolhido foi Rob Conway, que representava um “service-man” americano. Era, basicamente, um criado de Sylvain e Dupreé. Um criado americano.
Estávamos em 2003 e o heat da equipa era ainda grande. Entraram em feud com os Dudley Boys (Team 3D), novamente com valores nacionalistas à cabeça e estes viriam mesmo a tirar o título aos “franceses”.
Os La Resistance como stable, tiveram o seu fim na Draft Lottery de 2004 que levou Dupreé para a Smackdown. Contudo, na Raw, Conway e Sylvain continuaram com a tag team e chegaram novamente ao título. Agora, assumiram a origem canadiana de Sylvain e deram-lhe mesmo o cinto na sua terra natal, Montreal, Quebec. O público adorou.
Segui-se uma feud com Edge e Chris Benoit, embora estranha pois Edge e Benoit também estavam em feud internamente. Neste período o título trocou de mãos duas vezes e acabou, posteriormente, por ir parar a Eugene e William Regal.
Essa perda não significou o fim para os La Resistance. Chegaram ainda mais uma vez ao título (a quarta e última), durante um house show (!) em Janeiro de 2005. O estranho acontecimento deveu-se à lesão de Eugene que o obrigou a parar por vários meses. Contudo, mais uma vez o reinado não foi de longa duração. Desta vez a perda do título significou o inicio do fim da equipa.
Os dois começaram a competir individualmente, apoiando-se um ao outro. Mas não por muito tempo. Começaram a vir ao de cima as diferenças entre o canadiano e o americano, que levaram ao face turn de Sylvain e à dissolução dos La Resistance.
O ano de 2007 foi o último dos três membros na WWE. Quando já estavam mais que esquecidos pelo público e combatiam na OVW, ou, esporadicamente nos shows televisionados, foram despedidos a conta gotas, mormente por violações à Wellness Policy (Rene Dupreé), pela não renovação do contrato (Sylvain Grenier) e por opção da companhia (Rob Conway).
Nunca tendo tocado o céu, os La Resitance eram sólidos no que faziam e desempenhavam bem o papel de heels. No ringue desenrascavam-se. No micro podiam ser melhores. A gimmick da equipa foi o passaporte para os títulos conquistados, contudo este tipo de papel acaba por nunca ter grande sucesso. Isto porque é algo que na WWE sempre existirá: guerras entre a America e o resto do mundo. E para isso, não é preciso que haja uma tag team só para esse efeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário